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Carolyn Dean, médica e naturopata, discute a importância do magnésio.
A Dra. Dean foi autora líder de um trabalho inovador nomeado “Death by Medicine” (Morte por Medicamentos) em 2003, mostrando que os medicamentos modernos são uma das maiores causas de morte nos EUA. Ela também escreveu o livro Death by Modern Medicine (Morte pela Medicina Moderna).
No ano passado, ela foi agraciada com o Prêmio Contribuição Médica Excepcional para Serviços de Gerenciamento do Ritmo Cardíaco da Arrhythmia Alliance 2012. O prêmio foi concedido pela Heart Rhythm Society (Sociedade do Ritmo Cardíaco) do Reino Unido, que é uma importante organização alopática.
A Dra. Dean estudou e escreveu sobre o magnésio por 15 anos. Em Janeiro de 2003, ela publicou a primeira edição do Milagre do Magnésio, e está atualmente trabalhando na terceira edição de seu livro.
Magnésio – Um dos Mais Importantes Minerais
O magnésio é um mineral crucialmente importante para uma saúde melhor, desempenhando uma ampla gama de funções, incluindo:
- Ativação dos músculos e nervos
- Criação de energia no organismo pela ativação do trifosfato de adenosina (ATP)
- Contribuição com a digestão de proteínas, carboidratos e gorduras
- Atuação como componente da síntese do RNA e do DNA
- Atuação também como precursor de neurotransmissores, tais como a serotonina
Conforme mencionado, poucas pessoas obtêm magnésio suficiente em sua dieta atualmente. Enquanto isso, o cálcio tende a ser super utilizado e ingerido em altas quantidades. Isto causa mais danos do que benefícios, pois é extremamente importante ter um equilíbrio adequado entre estes dois minerais.
Se você possui cálcio em demasia e não possui magnésio suficiente, seus músculos tenderão a sofrer espasmos e isto traz consequências, particularmente, para seu coração.
“O que ocorre é que a função do músculo e do nervo pela qual o magnésio é responsável é diminuída. Se você é carente em magnésio, seus músculos sofrem espasmos. O cálcio provoca contração no músculo. Se você tivesse um equilíbrio, os músculos desempenhariam suas funções. Eles relaxariam, contrairiam e desenvolveriam sua atividade,” explica a doutora.
O magnésio é provavelmente crítico para a saúde cardíaca, pois quantidades excessivas de cálcio sem o contrapeso do magnésio podem levar a ataques cardíacos e morte súbita. De acordo com a Dra. Dean, com quantidades insuficientes de magnésio, seu coração fica com a maior quantidade de magnésio de seu organismo, especificamente em seu ventrículo esquerdo. Com quantidades insuficientes de magnésio, seu coração simplesmente não consegue funcionar de forma apropriada.
Preste Atenção à Proporção Cálcio/Magnésio
Durante os últimos 30 anos, mulheres têm sido aconselhadas a consumir suplementos à base de cálcio para evitar osteoporose. Muitos alimentos foram igualmente fortificados com cálcio para evitar a deficiência de cálcio na população em geral. Apesar de tais medidas, a osteoporose continua ocorrendo.
“O mito criado é que precisamos de duas vezes mais cálcio do que magnésio. A maioria dos suplementos reflete isso. Chegamos a uma situação em que as pessoas estão consumindo 1.200 a 1.500 miligramas de cálcio e, possivelmente, poucas centenas de miligramas de magnésio.
A proporção 2:1 é um erro; uma tradução errônea do pesquisador Francês Jean Durlach, que disse: jamais supere duas partes de cálcio para uma parte de magnésio ao consumir alimentos, água ou suplementos combinados.”
Isto foi mal interpretado como se a proporção 2:1 fosse a proporção adequada, e não está correto. A proporção mais adequada de cálcio para magnésio é 1:1.
Cuide Também das Proporções de Vitamina K2 e D3
Quero lembrá-lo(a) de que o cálcio e o magnésio também precisam ser balanceados com vitaminas D e K2. Vários blogs da Dra. Dean tratam desta questão e sua preocupação é que altas doses de vitamina D podem trabalhar o magnésio demasiadamente e levar à deficiência em magnésio.
Estes quatro nutrientes desempenham uma complexa função, em que um dá suporte ao outro. A falta de equilíbrio entre estes nutrientes é a razão pela qual os suplementos à base de cálcio tornaram-se associados ao aumento do risco de ataques cardíacos e AVCs e também a razão pela qual algumas pessoas sofrem toxicidade por vitamina D.
Parte da explicação para estes efeitos colaterais adversos é que a vitamina K2 mantém o cálcio em seu devido lugar. Se você é deficiente em vitamina K2, quantidades extras de cálcio podem causar mais problemas do que resolver, acumulando-se em locais errados.
Similarmente, se você optar por consumir vitamina D via oral, você precisa igualmente consumi-la em seu alimento ou tomar suplementos de vitamina K2 e mais magnésio. Consumir megadoses de suplementos à base de vitamina D sem quantidades suficientes de vitamina K2 e magnésio pode levar a sintomas de toxicidade por vitamina D e deficiência de magnésio, incluindo calcificação inadequada.
Magnésio e vitamina K2 complementam-se, pois o magnésio ajuda a diminuir a pressão arterial, que é um importante componente para a saúde cardíaca. Portanto, em suma, se você está consumindo qualquer um dos seguintes: magnésio, cálcio, vitamina D3 ou vitamina K2, você precisa levar em consideração todos os outros também, pois todos eles funcionam de forma sinérgica.
Fontes Alimentares de Cálcio e Magnésio
Você pode, tipicamente, consumir suficiente quantidade de cálcio através de sua dieta consumindo castanhas, sementes, vegetais de cor verde-escura e produtos lácteos. Caldo de osso feito em casa é outra excelente fonte. Simplesmente ferva ossos residuais em fogo baixo por um dia inteiro para extrair o cálcio dos ossos. Certifique-se de adicionar algumas colheres de sopa de vinagre.
Você pode usar esse caldo em sopas e cozidos ou pode bebê-lo puro. A “pele” que se forma na superfície do caldo é a melhor parte, pois contém os nutrientes mais valiosos, tais como enxofre e gorduras saudáveis.
Como a agricultura industrial massivamente empobreceu a maior parte dos solos contendo minerais benéficos, tais como o magnésio, se você encontrar alimentos orgânicos cultivados biologicamente (cultivados em solo tratado com fertilizantes minerais), você pode ainda conseguir muito de seu magnésio através do alimento.
A clorofila possui um átomo de magnésio em seu núcleo, permitindo que a planta use a energia do sol.
Alga marinha e vegetais de folhas verdes, tais como espinafre e acelga, podem ser excelentes fontes de magnésio, assim como feijões, castanhas e sementes, como as de abóbora, girassol e gergelim, por exemplo. Abacates também contêm magnésio.
Sinais de Deficiência de Magnésio
Infelizmente, não há testes laboratoriais facilmente disponíveis comercialmente que ofereçam uma leitura precisa e verdadeira do índice de magnésio presente nos tecidos. Somente um por cento do magnésio presente no organismo é distribuído no sangue, fazendo uma simples amostra de magnésio a partir de um exame de sangue de magnésio sérico altamente impreciso
Alguns laboratórios especialistas oferecem teste de magnésio RBC, que é razoavelmente preciso. Isto faz com que você fique atento aos sinais e sintomas de deficiência.
Sinais precoces de deficiência de magnésio incluem perda de apetite, dor de cabeça, náusea, fadiga e fraqueza, além de:
- Dormência e formigamento
- Contrações musculares e cãibras
- Convulsões
- Alteração de personalidade
- Ritmo cardíaco anormal
- Espasmos coronários
Qual é a Melhor Forma de Magnésio?
O Magnésio Dimalato é a melhor forma de suplementar magnésio, pois ele é o mais biodisponível, ou seja, é o que melhor absorve no corpo, além de ser 100% orgânico e sem contra indicações. As fontes mais baratas de magnésio são os suplementos à base de óxido de magnésio ou o cloreto PA, os quais são absorvidos pelo organismo de forma medíocre.
Meros 4% são absorvidos quando você consome este tipo de suplemento. Os 96% restantes vão para seus intestinos, razão pela qual o óxido de magnésio e o cloreto PA tende a ter efeito laxativo, o que pode ser útil se você estiver sofrendo de constipação.
Além do suplemento, outra forma de melhorar sua taxa de magnésio é tomar banhos com sal de Epsom ou banhos de pé, regularmente. O sal de Epsom é um sulfato de magnésio que pode ser absorvido pelo seu organismo através da pele. O óleo de magnésio (a partir do cloreto de magnésio) também pode ser usado para aplicação tópica e absorção.
Os suplementos mais comuns são o Cloreto de Magnésio PA e o Magnésio Dimalato. Este último é infinitamente superior, já que ele contém ácido málico, que é essencial para a energia celular. O magnésio dimalato absorve 8x mais que o cloreto PA.
A razão para a ampla variedade de suplementos de magnésio existente no mercado é o fato de que o magnésio deve estar ligado a outra substância. Não existe qualquer suplemento composto 100% de magnésio (com exceção do magnésio de pico iônico).
Abaixo, os diferentes benefícios para a saúde:
Glicinato de magnésio – forma quelatada de magnésio que tende a oferecer os níveis mais altos de absorção e biodisponibilidade. É tipicamente ideal para pessoas tentando corrigir uma deficiência
Óxido de magnésio – tipo não quelatado do magnésio, ligado a um ácido orgânico ou ácido graxo. Contém 60% de magnésio e possui propriedades de amolecimento das fezes
Cloreto de magnésio / Lactato de magnésio – contém 12% de magnésio, porém possui melhor absorção que os outros, tais como óxido de magnésio, que contém 5 vezes mais magnésio
Sulfato de magnésio / Hidróxido de magnésio – (leite de magnésia) – tipicamente usado como laxativo. Esteja ciente de que é fácil sofrer uma overdose deste; consuma SOMENTE conforme indicado
Carbonato de magnésio – possui propriedades antiácidas, contém 44% de magnésio
Taurato de magnésio – contém uma combinação de magnésio e taurina, um aminoácido. Juntos, eles promovem efeito calmante no organismo e na mente
Citrato de magnésio – magnésio com ácido cítrico, possui propriedades laxativas
Treonato de magnésio – o mais novo deles, tipo emergente de suplemento de magnésio que parece ser promissor, primariamente devido à sua habilidade superior de penetrar na membrana mitocondrial, o que ainda não é definitivo.
Magnésio Dimalato – O mais completo e recomendado de todos, contém combinação com o ácido málico, que juntos atuam diretamente na energia celular.
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De acordo com a Dra. Dean, dois fatores principais do estilo de vida que diminuem o nível de magnésio no organismo são o estresse e a prescrição de medicamentos. Infelizmente, uma abordagem convencional médica para o primeiro muitas vezes leva ao último, tornando a situação progressivamente pior. A Dra. Dean explica:
“O cenário sobre o qual eu gosto de falar é muito básico. Você o reconhecerá imediatamente em você mesmo(a) ou em algum membro de sua família. Você vai ao médico. Você está sob estresse massivo. Estresse massivo significa que você está perdendo magnésio.
Você está queimando magnésio de seu organismo porque ele ajuda no suporte às glândulas supra-renais. Ele o (a) ajuda a manter-se longe da ansiedade e depressão. Ele ajuda a relaxar os músculos.
Se você está tenso(a) e estressado(a), você está perdendo magnésio, o que faz com que os músculos dos vasos sanguíneos endureçam. Esse endurecimento causará aumento da pressão arterial. Seu médico dirá: ‘Bem, sua pressão arterial está alta. Prescreverei um diurético.’
Um diurético baixará o nível de líquido em seu organismo para tirar a pressão de cima dos vasos sanguíneos, portanto, a pressão arterial cairá. Porém, os diuréticos também reduzem o nível de magnésio…
Depois de um mês, você volta ao médico e ele verifica que a pressão arterial está ainda mais alta. Sim, porque você acabou de perder mais magnésio! Seu médico, então, coloca você sob um bloqueador de canal de cálcio.
Agora, ele está no caminho certo. Ele sabe que sem magnésio, seu nível de cálcio estará elevado e endurecerá seus vasos sanguíneos, portanto, ele tentará bloquear o cálcio. Porém o que ele não sabe é que o magnésio é um bloqueador natural do cálcio.
Seu médico pode inclusive colocá-lo(a) sob efeito de um inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA), outro medicamento para controle da pressão arterial… Agora, você está sob efeito de três medicamentos. Depois de 2 ou 3 meses, você volta e faz um exame de sangue para certificar-se de que os medicamentos não estejam afetando o fígado…
De repente, seu colesterol e nível de açúcar estão elevados. O que o médico diz? ‘Bem, seus níveis de colesterol e açúcar estão elevados. Podemos colocá-lo (a) sob o efeito de medicamentos.“Porém, eles não estão elevados; a elevação foi provocada.”
A Dra. Dean alerta que quanto mais você diminuir seu magnésio, mais fora de controle seu colesterol estará, porque o magnésio pode ajudar no equilíbrio da enzima que cria o colesterol no organismo, auxiliando dessa forma a normalização dos níveis de colesterol.
De forma interessante e importante, os medicamentos à base de estatinas destroem a mesma enzima que o magnésio equilibra, diz a doutora. A deficiência de magnésio também é sintoma comum na diabetes, portanto, os medicamentos podem inadvertidamente contribuir com a diabetes simplesmente diminuindo o nível de magnésio no organismo.
Os Fluoretos Drenam o Magnésio do Organismo de Forma Bastante Efetiva
Os fluoretos usados em uma série de diferentes medicamentos são particularmente preocupantes. Os antibióticos fluoroquinolonas, são os mais conhecidos por seu conteúdo de fluoreto e seus problemas associados.
Porém, o fluoreto é também adicionado em outros medicamentos, incluindo certos medicamentos contra colesterol, contra ansiedade e analgésicos para artrite, por exemplo. O magnésio liga-se ao fluoreto para formar o fluoreto de magnésio e, de forma bastante efetiva, drena o magnésio do organismo.
Muitos medicamentos também tendem a promover inflamação crônica. De acordo com a Dra. Dean, o cálcio é um precursor dos efeitos inflamatórios, enquanto o magnésio é um nutriente anti-inflamatório eficaz.
O Nutrição e Vida Saudável é um blog de notícias sobre tratamentos caseiros. Ele não substitui em hipótese alguma um especialista. Consulte sempre seu médico.
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